Muitas pessoas investem em renda fixa diante de uma maior previsibilidade quanto aos seus rendimentos. Porém, mesmo nessa classe de investimentos, é possível realizar perdas financeiras, especialmente quando o resgate de um título é feito antes de sua data de vencimento.
Isso ocorre na renda fixa em razão da chamada marcação a mercado. Contudo, em 2022, a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) mudou algumas normas a seu respeito, sendo pertinente conhecê-las.
Portanto, se você quer se manter atualizado quanto às regras que envolvem a marcação a mercado na renda fixa para 2023, não deixe de acompanhar esse post até o final.
Boa leitura!
O que é a marcação a mercado?
Também chamada de MaM, a marcação a mercado é um mecanismo utilizado para atualizar diariamente o preço de um investimento. Ela está presente especialmente nos títulos de renda fixa e cotas de fundos de investimentos, contemplando também os veículos de renda variável.
Como você viu, na renda fixa, o investidor sabe qual é a lógica de retorno do título, antes mesmo de realizar a aplicação. Contudo, a rentabilidade oferecida somente será integralmente paga se o investimento for mantido até a sua data de vencimento.
Porém, não são todos os investidores que querem ou podem esperar até o título vencer para fazer o resgate da quantia aplicada. Nesse sentido, a marcação a mercado serve como uma ferramenta para atualização dos valores de títulos de renda fixa e cotas de fundos de investimento.
O principal elemento que influencia na atualização diária do preço é o comportamento da curva de juros. Ela se move devido à influência das oscilações da Selic (a taxa básica de juros) e da inflação — medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Quais ativos de renda fixa sofrem essa marcação?
Quando o assunto é renda fixa, a maioria dos seus títulos podem sofrer os efeitos da marcação a mercado. Por exemplo:
- títulos públicos do Tesouro Direto;
- certificados de depósito bancário (CDBs);
- letras de crédito imobiliário e do agronegócio (LCI e LCA);
- certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio (CRIs e CRAs);
- debêntures;
- entre outros.
Quais são as alterações na marcação a mercado da renda fixa em 2023?
Em 2022, a ANBIMA alterou o conjunto de regras e procedimentos para a divulgação dos preços relacionados à aplicação da marcação a mercado. Até então, apenas a plataforma do Tesouro Direto apresentava a atualização diária de preços.
Com a alteração, todas as instituições e corretoras precisarão apresentar os valores atualizados dos investimentos marcados a mercado. Essa alteração contempla, em um primeiro momento, os títulos públicos, debêntures, CRIs e CRAs.
Ficam de fora da regra os CDBs, LCIs, LCAs, letras financeiras. Isso acontece porque esses títulos podem ser recomprados por seu emissor com base na marcação na curva. Nela, leva-se em consideração o preço de aquisição atualizado diariamente pelo indexador do título e pelos juros.
Segundo a nova regra, a marcação a mercado deve ser aplicada aos investimentos realizados por pessoas físicas. Já os investidores qualificados — quem tem a partir de R$ 1 milhão investidos ou certificação profissional — poderá optar entre a marcação a mercado ou marcação na curva.
Com este conteúdo, você conseguiu aprender sobre as mudanças nas regras de marcação a mercado para a renda fixa em 2023. Com isso, ficará mais fácil visualizar e acompanhar o valor dos seus investimentos realizados nessa classe e saber se vale a pena fazer o resgate antecipado dos seus títulos.
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Conteúdo elaborado pela equipe Target Invest.