Olá! Como vai?
O mês de agosto de 2023 foi marcado pelo primeiro corte da taxa Selic (a taxa básica de juros) nos últimos 3 anos. Isso colocou fim ao mais longo ciclo de alta na história do indicador. No entanto, a queda dos juros não significa que o país adotará uma política monetária expansionista nesse momento.
Porém, como esse fator é capaz de impactar o acesso ao crédito e a rentabilidade das aplicações de renda fixa, é preciso ficar atento a esse movimento. Afinal, a queda da Selic pode trazer oportunidades de investimentos em diferentes segmentos do mercado.
Então não deixe de acompanhar as principais ocorrências econômicas entre agosto e setembro de 2023 neste boletim econômico, preparado pelo time da Target Invest.
Boa leitura!
Indicadores financeiros
Em agosto de 2023, apesar do corte nos juros, a bolsa brasileira apresentou uma considerável retração — acompanhando os mercados mundiais. Por consequência, foi observado um rápido aumento da cotação do dólar, interrompendo uma sequência de quedas no ano.
No final do mês, os indicadores financeiros fecharam nos seguintes valores:
Destaques do mês de agosto
Em agosto, os mercados mundiais foram impactados negativamente ante um aumento de sentimento de aversão ao risco global. Portanto, muitos países se concentraram em ajustar sua economia a esse período desafiador e com muitas incertezas.
Para manter você atualizado quanto aos acontecimentos do período, recortamos os principais pontos dos relatórios “Resumo da Semana”, da XP Investimentos.
Não perca!
Corte na Selic
No início de agosto de 2023, o Copom (Comitê de Política Monetária) se reuniu para discutir sobre a elevação, manutenção ou redução da taxa Selic. Havia uma grande expectativa do mercado para a diminuição dos juros no país, mas o percentual de corte era incerto.
A princípio, a votação resultou em empate, uma vez que 4 diretores votaram pela redução de 0,25 ponto e outros 4 optaram pela queda de 0,50 ponto. O desempate foi dado por Roberto de Oliveira Campos Neto — o presidente do Bacen (Banco Central), que votou pela segunda opção.
Leve aumento da inflação no Brasil e no mundo
Apesar de a inflação brasileira ter ficado levemente acima do esperado, houve uma desaceleração no aumento de preços no setor de serviços. Desse modo, o mercado segue otimista quanto à possibilidade de cortes de juros nas próximas reuniões do Copom.
Já nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), subiu 0,2% a.m., em linha com estimativas do mercado. Contudo, o acumulado de 12 meses acelerou para 3,2% — de 3,0% do mês anterior.
Rebaixamento da nota dos Treasuries americanos
No mesmo período, os principais índices americanos tiveram o pior desempenho desde março de 2023. Parte dessa repercussão negativa se deu em razão do rebaixamento da nota do crédito soberano estadunidense.
A agência de rating Fitch reduziu a nota de títulos da dívida pública de longo prazo dos EUA de AAA para AA+. Esse fato fez com que as taxas das Treasuries subissem aos maiores níveis desde 2007 e, consequentemente, prejudicou o mercado acionário norte-americano.
Retração do mercado chinês
A China apresentou dados que revelaram uma desaceleração econômica, desapontando as expectativas do mercado. As importações cederam 12,4% a.a., expondo a fraqueza da demanda doméstica chinesa.
Já as exportações caíram 14,5%, ficando muito abaixo das estimativas. Ademais, o índice de preços ao consumidor no país, o CPI, diminuiu 0,3% nos 12 meses até julho, enquanto a inflação ao produtor (PPI) encolheu 4,4% nesse mesmo período.
Esse baixo desempenho reforça as preocupações em relação ao maior parceiro comercial do Brasil. O aspecto é relevante, especialmente, quando consideradas as crescentes pressões de deflação em meio à retomada fraca da economia chinesa.
13 quedas consecutivas na B3
Agosto também foi marcado por 13 sessões seguidas do Ibovespa no negativo. As quedas foram catalisadas por um fluxo negativo de investidores estrangeiros. Até a metade do mês, já haviam saído mais de R$ 5,8 bilhões de capital estrangeiro da B3.
O saldo negativo é justificado pelos temores em relação à economia chinesa, subida nas taxas das Treasuries americanas e baixas nos índices globais. A sequência de quedas na bolsa foi interrompida após a aprovação do novo arcabouço fiscal pelo Congresso Nacional, que ainda depende de sanção presidencial — mas foi bem recebida pelo mercado.
Expectativas para setembro
Após conferir os principais eventos de agosto, é pertinente analisar quais são as perspectivas para as próximas semanas — no âmbito nacional e no ambiente externo.
Veja o que esperar de setembro!
Normalização dos juros
A redução nas taxas de juros globais pode estar se aproximando, à medida que as expectativas de inflação se tornam mais favoráveis. Entretanto, os riscos não podem ser negligenciados, especialmente por conta do mercado de trabalho aquecido em muitos lugares.
No Brasil, a taxa de desemprego mensal continua próxima a 8%, com aumento modesto da população ocupada. Logo, estima-se que o país continuará a ter uma desaceleração do consumo, mantendo a inflação de curto prazo recuada.
Projeto de lei orçamentária
Até o final do ano, o Governo deve enviar ao Congresso o projeto de lei orçamentária de 2024. Para fechar as contas públicas, ele precisará encaminhar também outros projetos de lei que elevem a arrecadação.
Isso engloba as propostas de mudanças na tributação sobre a renda, fundos exclusivos, extinção dos juros sobre capital próprio e a tributação de investimentos no exterior. Essas são possíveis alterações substanciais capazes de gerar grandes movimentações no mercado interno.
Real um pouco mais forte
A inflação está perdendo força em todo o mundo, indicando que os juros nos países avançados não devem aumentar muito mais. Os valores das commodities se mantêm em níveis relativamente altos, favorecendo os exportadores desses produtos.
Essa combinação de fatores traz otimismo para a valorização da moeda brasileira. Porém, a incerteza acerca da efetividade das medidas de aumento de arrecadação continua sendo um limitador para o câmbio.
Você acompanhou, neste boletim, os acontecimentos mais relevantes de agosto e as perspectivas para setembro. Diante desses dados, não deixe de revisar a sua estratégia de investimentos para ver se o seu portfólio precisa de mudanças ou visando aproveitar as oportunidades que surgirem.
Quer contar com uma ajuda profissional para compreender melhor o mercado financeiro? Entre em contato com a Target Invest!
