Ontem o Banco Central do Brasil anunciou sua decisão unânime de cortar a taxa básica de juros da economia em 50bp, em linha com o o call da XP e com as expectativas de mercado coletadas pela Bloomberg.
Assim, a taxa Selic passa a ser de 5.50% ao ano, seu menor nível histórico. O comunicado foi bastante claro que o comitê entende que mais cortes serão necessários e, por isso, revisamos nossa projeção de Selic para 4.5% em 2019, ficando estável nesse patamar até o final de 2020.
No comunicado emitido logo após a reunião, a XP entende que o BC sinalizou que o balanço de riscos para a inflação está mais benigno agora do que estava na última reunião do Copom, realizada em Julho. Em particular, o comitê pontuou que: i) o núcleo da inflação permanece bem ancorado, ii) a atividade econômica se recupera de maneira gradual; iii) a agenda de reformas tem caminhado de forma positiva (mesmo que a perseverança nessa agenda seja necessária) e iv) a frente externa é deflacionária (ainda que não seja mais qualificada como “benigna”), mas permanece incerta.
No cenário de referência, utilizando as projeções de mercado tanto para a taxa de câmbio quanto para a taxa de juros (olhar a tabela abaixo), o Banco Central mostrou que seu modelo prevê que a taxa de inflação seja de 3.3 em 2019 e de 3.6% em 2020. Assim, tudo ou mais constante, o Banco Central deve continuar reduzindo a taxa de juros.
A visão da XP é de que o ciclo de cortes deve continuar, com os juros básicos no Brasil encerrando 2019 em 4,5%. Esse deve ser o patamar até o final de 2020, dado que a inflação continua sob controle e a capacidade ociosa da economia está alta.
O mercado ainda não incorpora os cortes de juros que a XP prevê e, além disso, os preços anteveem um ciclo de alta de juros começando no primeiro trimestre do ano que vem, o que faz com que a curva de juros fique bem inclinada, como mostra o Gráfico 1.
Dessa forma, faz sentido para aqueles que podem abrir mão da liquidez, ter em carteira papeis pré-fixados com prazo entre 2 e 3 anos.
Na projeção da XP, títulos do governo retornarão ao investidor algo em torno de CDI + 1,0 a 1,3% ao ano (aproximadamente 120% do CDI), sendo que esses ganhos podem ser maiores em papéis privados.
Vale dizer que em levantamento que a XP fez esta semana 30% dos respondentes acredita que a Taxa Selic ao final do ano pode cair mais do que esperamos e apenas 10% acham que pode encerrar o ano acima de 5,25% ao ano. Isso quer dizer que, na visão dos pesquisados, há uma chance maior de os ganhos em relação ao CDI superarem nossa estimativa.
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Fonte: https://conteudos.xpi.com.br